O objetivo principal dos estudos da História não é fazer reviver o passado, mas, sim, procurar compreendê-lo. Os objetos do conhecimento histórico são o homem e as sociedades humanas no tempo. Para analisar essas transformações existem dois conceitos chaves: continuidades e descontinuidades. Continuidades são todos os elementos que permanecem nos dias atuais e descontinuidades são aqueles que cessam no decorrer do tempo.
No final do século passado o conceito de história que ainda era utilizado era o de que a história é a ciência que estuda o passado, esse conceito foi muito difundido no Brasil entre as décadas de 60 e 90. Contudo, graças às novas visões sobre ofício do historiador, as incorporações de novos tipos de fontes históricas e novas interpretações filosóficas e históricas, como veremos mais a frente, criou-se o conceito de que a história é a ciência que estuda o homem em sociedade no decorrer do tempo.
O ofício do historiador está intimamente associado ao exame do fato de forma imparcial, visto que as fontes históricas e o próprio fato falam por si só, sendo assim o historiador deve ser cauteloso, pois atua como investigador observando como as partes de um todo interagem e provocam as transformações analisadas. Contudo, devemos entender que todo indivíduo passa a fazer juízo de valor ao se deparar com algo, com o historiador não seria diferente, logo concluímos que a imparcialidade de uma análise é falsa, o que pode haver é uma tentativa, podendo ser bem sucedida ou não de se manter neutro o máximo possível.
Alguns conceitos importantes para a análise histórica podem ser obsevados abaixo:
Modo de Produção
Modo de produção é um conceito da escola marxista que buscou agrupar os sistemas econômicos que ocorreram no decorrer da organização da sociedade, crendo que o sistema econômico tem um papel determinante, há inúmeras críticas a esse modelo pelo fato de que ele parte do pressuposto que vários grupos tinham a mesma forma de organização econômica e política (generalização), outro problema é que ele coloca em uma ordem gradativa (sendo o primeiro sistema o menos desenvolvido e o último o mais desenvolvido), além de uma visão teleológica (doutrina que identifica a presença de metas, fins ou objetivos últimos guiando a natureza e a humanidade). Karl Marx dividiu os modos de produção da seguinte maneira:
→ comunismo primitivo: modo de produção predominante na Pré-histórica onde a produção apresentava-se como comum a todos os integrantes de um grupo específico;
→ servidão coletiva: Predominante na antiguidade oriental ocorre impulsionando por um caráter ideológico que atribui ao líder um sentido divino, motivando assim uma ação coletiva da sociedade em atuações diversas, conforme a especificação funcional;
→escravismo: Predominante na antiguidade clássica caracterizado pela escravidão, por meio de dívidas, guerras e nascimento, pela classe dominante.
→ feudalismo: Predominante no período medieval organizado em torno da terra como símbolo de poder oriundo da crise da crise de Roma.
→ capitalismo: Fundamentado na origem e desenvolvimento das relações comerciais refletindo a expansão da influencia burguesa no decorrer do tempo.
→ socialismo: É marcado por uma forte intervenção do Estado na economia objetivando a conclusão das necessidades sociais.
Conceitos-Chave
País → é o espaço geográfico que uma população habita.
Nação → é o povo socialmente organizado e consciente de seus objetivos comuns. É o povo e o conjunto de suas instituições sociais, história, língua, usos e costumes.
Estado → é a nação politicamente organizada em um território (país), através de um governo soberano.
Origens do Estado
Ainda não há respostas definitivas para como ocorreu o seu surgimento, o que existem são diversas teorias. Cada uma aponta uma possibilidade, mas deixa outras áreas sem um argumento bem fundamentado.
Teoria da Origem Familiar
Afirma que o Estado surgiu da aplicação de um grupo familiar. Isto significa que o Estado surgiu de forma natural e espontânea, como decorrência do crescimento da família primitiva.
Teoria da Origem Violenta
Afirma que o Estado surgiu como consequência da luta entre diferentes grupos sociais, desta forma o grupo vencedor teria organizado uma instituição (Estado) para assegurar seu domínio dobre os vencidos.
Teoria da Origem Econômica
Segundo esta teoria o Estado surgiu para satisfazer o domínio da classe dominante sobre as demais, esta teoria tem uma falha grande, pois não desenvolve como este domínio inicial se deu.
Teoria do Desenvolvimento Global da Sociedade
Afirma que a origem do Estado se relaciona a inúmeras causas, de ordem religiosa, econômica, psicológica, política e militar.
Civilização→ Para Fernand Braundel, civilização é um processo sociocultural que deve atender aos seguintes requisitos:
- Território determinado;
- Uma sociedade específica;
- Certas características econômicas;
- Certa mentalidade coletiva;
- Certa continuidade histórica.
Escolas Históricas
| ||
Nome da Escola
|
Período
|
Características
|
POSITIVISMO
|
Século XVIII e XIX
|
Tem como principal nome dessa escola a figura de Augusto Comte; também conhecida como Escola Metódica; utilização apenas de documentos oficiais (governamentais), produzindo uma “história oficial”; visão linear do tempo; o historiador tem que ser imparcial na análise do fato; sofreu forte influencia da busca objetiva do conhecimento de sua época (cientificismo); o historiador não deveria questionar o documento.
|
HISTORICISMO
|
Século XIX
|
Tem como principais nomes Karl Popper, Ranke e Johann Gustav Droysen; todos os fatos devem ser compreendidos dentro de seus processos históricos; não busca uma análise objetiva do fato tal qual o positivismo; essa escola teórica critica o positivismo; a produção do conhecimento histórico não é neutra, pois o historiador faz parte de sua pesquisa.
|
MARXISMO
|
Século XIX
|
Tem como nome fundador Karl Marx; trata como motor da história a luta entre as classes sociais; visão linear e universal do tempo; a economia como fator determinante da análise histórica; divisão da história através dos modos de produção.
|
ANALLES
|
Século XX
|
Tem como principais nomes Marc Bloch, Jacques Le Goff, Lucien Febvre e Fernand Braudel; utilização de novas tipos de fontes históricas (sonoras, visuais, escritas e orais); questionamento do documento; produção de uma história cultural; interdisciplinaridade; também chamada de nova história.
|
Uma Cidade sem Passado
Ano: 1990
País produtor: Alemanha
Direção: Michael Verhoven
Duração: 92 min.
Resumo: O filme, baseado em fatos reais conta com a história da jovem estudante alemã Sonia Rosenberger (Lena Stolze), que após ganhar um concurso de redações recebe uma proposta para participar de uma nova competição e para isso, deve escolher entre duas temáticas: Liberdade de expressão na Europa ou minha cidade natal durante o II Reich. Estimulada pelas histórias que houvia desde criança, Sonia decide mostrar como a cidade e principalmente a igreja se mantiveram íntegras durante o período do III Reich. Uma das características da produção são os depoimentos dos personagens ao longo do filme. Cada um comenta sobre a pesquisa desenvolvida por Sonia o que dá ao filme uma característica de filme documentário. A própria Sonia é a narradora da história.
Resumo: O filme, baseado em fatos reais conta com a história da jovem estudante alemã Sonia Rosenberger (Lena Stolze), que após ganhar um concurso de redações recebe uma proposta para participar de uma nova competição e para isso, deve escolher entre duas temáticas: Liberdade de expressão na Europa ou minha cidade natal durante o II Reich. Estimulada pelas histórias que houvia desde criança, Sonia decide mostrar como a cidade e principalmente a igreja se mantiveram íntegras durante o período do III Reich. Uma das características da produção são os depoimentos dos personagens ao longo do filme. Cada um comenta sobre a pesquisa desenvolvida por Sonia o que dá ao filme uma característica de filme documentário. A própria Sonia é a narradora da história.

Nenhum comentário:
Postar um comentário